2024-05-13
Por José da Mota Alves
Ontem, dia 12, realizou-se a secular tradição, da subida para a serra, da Vezeira do Gerês que reúne animais bovinos das freguesias de Vilar da Veiga e Rio Caldo. O efetivo da vezeira é maioritariamente das raças autóctones do Minho - barrosã, cachena e minhota. Subiram para a serra cerca de centena e meia de bovinos, adultos e vitelas que acompanham as suas mães.
A vezeira foi recentemente classificada como património cultural imaterial, pela secular tradição e pelo que representa para o território como alternativa ao pastoreiro da zona de várzea.
Os animais ficam na serra até ao mês de setembro, altura que descem para a propriedade dos agricultores.
Cada agricultor tem dias obrigatórios de guarda e acompanhamento dos animais na serra, sendo estipulado o calendário consoante o número de efetivos que estão na vezeira.
Na serra existem pequenas cabanas onde os agricultores cuidadores se abrigam e pernoitam nos dias que lhes são estipulados para guardar os animais da vezeira.
Cada agricultor vezeiro deve deixar uma refeição preparada antes de partir das suas obrigações, podendo ser sopa, para o agricultor vezeiro que chega ter algo para comer no imediato.
Geralmente as vezeiras têm um regulamento que regula as obrigações e compromissos de cada agricultor vezeiro, sendo conhecido como Fulão, Fulo, Fula ou Foles.
O regulamento mais recente conhecido da vezeira de Vilar da Veiga é do início do século XIX, sabendo que as vezeiras são muito anteriores a esta data, sendo tradicional as regras serem transmitidas oralmente de geração em geração.
Ontem foi lançado o desafio à organização e autarquia local, pela ATAHCA, para que se inicie o processo de reconhecimento e classificação como Valor Cultural Imaterial da Humanidade, a ser reconhecido pela UNESCO.
É necessário preservaram-se estas tradições culturais que fazem parte integrante da cultura de um povo e de um território, porque um território sem Bilhete de Identidade próprio e autêntico, nunca se diferenciará nem nunca se afirmará.
As Associações de Desenvolvimento Local e os Grupos de Ação Local poderão ser impulsionadores dos registos das tradições de cada território e colocar cada um desses valores ao serviço do desenvolvimento da cada espaço e de cada povo, mas para isso é necessário manter viva cada tradição incorporada na vida de cada população, sem imposições nem teatralizar cada acontecimento.
José da Mota Alves
Presidente da ATAHCA
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