2023-08-11
A ADICES submeteu a candidatura ao Aviso da Medida 10.1.1 Preparação e reforço das capacidades, formação e ligação em rede dos GAL - 1º fase - Reconhecimento de Grupos de Ação Local e seleção das Estratégias de Desenvolvimento Local (2023-2027), no âmbito do PEPAC 23|27.
A estratégia apresentada nesta candidatura decorreu do processo de co-construção que iniciámos em Outubro de 2022 com a realização de questionários a parceiros e promotores seguidos de sessões temáticas em todos os 5 concelhos da nossa área de intervenção: Águeda, Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão e Tondela.
Destas sessões, em que participaram mais de 150 pessoas, resultou um relatório de avaliação que nos permitiu fazer uma análise às Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (análise SWOT) do território, a partir do qual estruturámos em conjunto com os parceiros a Estratégia de Desenvolvimento Local (EDL) “ADICES COMPROMISSO 20|30 – Um Território a desenvolver com e para as Pessoas”.
A DLBC/LEADER – ADICES COMPROMISSO 20|30, tem subjacente três grandes preocupações, onde a centralidade das pessoas e dos processos construídos a partir da comunidade, alicerce fundamental da Abordagem LEADER, adquirem relevância:
a) Inverter a dinâmica demográfica regressiva da população e do seu envelhecimento, criando uma estratégia integrada e coerente para apoiar, atrair e fixar população jovem, onde a cultura, a habitação, a inovação e o ambiente são catalisadores fundamentais.
b) Construir uma Estratégia de Desenvolvimento Local participada e apropriada pelos atores, reforçando a parceria local e a comunicação com o território e procurando complementaridades financeiras (para além do DLBC-FEADER) que permitam o suporte à implementação da EDL desenhada.
c) Incluir os novos desafios societais na estratégia para o território, atendendo aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS 2030, ao Pacto Ecológico Europeu e ao Programa Década Digital 2030.
A resposta a estas preocupações e aos concomitantes desafios deve ser dada em cinco Eixos Estratégicos que acomodam Objetivos Específicos, cuja mobilização de recursos tem subjacente um conjunto de pressupostos:
i) construir uma visão intergeracional indispensável à coesão socio territorial;
ii) cooperar e trabalhar em rede, promovendo a partilha e transferência de conhecimento;
iii) integrar e articular as dimensões de intervenção;
iv) trabalhar a complementaridade das intervenções e dos financiamentos dos diferentes instrumentos de política e outros incentivos para o território
Eixo Estratégico e respetivos Objetivos Específicos:
Eixo 1. Ecodesenvolvimento, floresta, agricultura e sustentabilidade
Promover a produção agrícola e agroalimentar, articulando projetos agrícolas e energias renováveis.
Promover a gestão de combustíveis, a maior utilidade de subprodutos (p. ex. biogás, biomassa) e a rearborização com espécies autóctones.
Promover a valorização conjunta de “aldeias inteligentes” (aldeias com soluções inteligentes para os desafios locais).
Apostar nas cadeias curtas como estratégia de valorização (p. ex. circuitos curtos, trabalhos agrícolas de proximidade).
Desenvolver projetos conjuntos para minifúndios, respondendo à falta de emparcelamento e promovendo o aluguer de terrenos para maior exploração
Eixo 2. Reforço do empreendedorismo, da ALV e revitalização da economia local
Apostar na criação de cadeias de valor, espaços atração de empresas, incentivos a negócios próprios, modelos incubadores por setor de atividades.
Promover a valorização dos produtos endógenos, floresta, cultura, gastronomia e turismo da natureza.
Desenvolver soluções de comercialização dos produtores internos para os consumidores internos e programas turísticos partilhados.
Promover a Aprendizagem ao Longo da Vida (ALV) e o reforço das qualificações, escolar e profissional, independente da idade.
Promover a empregabilidade no território de pessoas mais e menos jovens.
Eixo 3. Coesão, inovação socio territorial, bem-estar e qualidade de vida
Promover a inclusão ativa e a inovação social e territorial.
Apostar na agregação de uma marca ao território, que crie valor (p. ex. Serra do Caramulo; Gastronomia de Excelência).
Apostar na maior inclusão das pessoas mais velhas na vida da comunidade (p. ex. tertúlias intergeracionais, trabalho associativo, empreendedorismo sénior, voluntariado).
Promover iniciativas intergeracionais (p. ex. almoço comunitário com as pessoas mais velhas para partilharem memórias e saberes-fazer com os mais novos).
Promover o envelhecimento ativo e saudável, contribuindo para combater o idadismo.
Eixo 4. Património, cultura, memórias e tradições
Melhorar o aproveitamento do património vinhateiro enquanto agregador e valorizador do território (p. ex. adaptar casas senhoriais ao enoturismo) e potenciador de diversificação da mão-de-obra não sazonal (p. ex. trabalho na vinha, apoio ao turismo).
Promover o património natural/ vertente empresarial (p. ex. valorizando produtos de caça e pesca; incentivando a bioeconomia).
Recuperar as memórias das pessoas mais velhas, reforçando o sentimento de pertença.
Recuperar, preservar, animar e valorizar o património ambiental e o património imaterial.
Recuperar, preservar, valorizar e refuncionalizar o património construído (p. ex. habitação colaborativa/ cohousing no apoio ao envelhecimento).
Eixo 5. Animação, promoção, cooperação e trabalho em rede
Melhorar a articulação «Serra – Desporto – Gastronomia».
Promover o envolvimento dos jovens nas dinâmicas de desenvolvimento local.
Apostar na promoção de redes (cultura, floresta, gastronomia, gerontologia, natureza, profissionais, produtos do território, turismo).
Criar participação para partilhar conhecimento e melhorar a coesão.
Criar Planos Gerontológicos Locais, em rede, envolvendo entidades e pessoas mais velhas na conceção de estratégias, medidas e ações.
Esta estratégia foi posteriormente validada e subscrita por 64 parceiros na assunção de uma parceria representativa de diferentes sectores de atividade nomeadamente Ação Social, Administração Local, Associações, Atividade de Proteção Civil, Atividades Veterinárias, Consultoria, Educação e Formação, Imprensa Local, Instituições Bancárias, Museus, Organizações Económicas e Patronais e pessoas singulares. Destes, 64% são de natureza privada, 13% de natureza pública e 23% são pessoas singulares.
A nossa Estratégia de Desenvolvimento Local para o próximo período de programação é fundamental enquanto ferramenta de afirmação do território. Importa também reforçar que o Desenvolvimento Local de Base Comunitária, que parte da metodologia LEADER, é provavelmente a única política pública com ampla participação das comunidades no seu desenho. Este trabalho de construção das EDL a que as associações dão corpo é, pois, a prova de que é possível, e desejável, chamar as nossas comunidades e serem parte activa nesta implementação.
A parceria que se renovou para dar continuidade ao trabalho de mais de 32 anos da ADICES apresentou a candidatura ao seu reconhecimento enquanto Grupo de Acção Local para o PEPAC 23/27, reconhecendo na ADICES a capacidade para continuar a liderar esta parceria que tantos resultados tem produzido no nosso território.
Terra Viva 2019A 3.ª edição do programa Terra Viva da Antena da TSF deu voz e ouvidos a 54 promotores e promotoras de projetos, beneficiários da Medida LEADER do PDR2020 através dos Grupos de Ação Local do Continente, entre os dias 3 de junho e 9 de julho de 2019. |
ELARD
A ELARD, constituída por redes nacionais de desenvolvimento rural, congrega Grupos de Ação Local gestores do LEADER/DLBC de 26 países europeus. A MINHA TERRA foi presidente da ELARD no biénio 2018-2019. |
54 Projetos LEADER 2014-2020 Repertório de projetos relevantes e replicáveis apoiados no âmbito da Medida 10 LEADER do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 elaborado pela Federação Minha Terra. |
Cooperação LEADEREdição da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e Federação Minha Terra, publicada no âmbito do projeto “Territórios em Rede II”, com o apoio do Programa para a Rede Rural Nacional. |
O livro “Receitas e Sabores dos Territórios Rurais”, editado pela Federação Minha Terra, compila e ilustra 245 receitas da gastronomia local de 40 territórios rurais, do Entre Douro e Minho ao Algarve.
[ETAPA RACIONAL ER4WST V:MINHATERRA.PT.5]