Workshop «Produtos locais e comercialização» “Produzir todos sabemos; comercializar o que produzimos é mais difícil”.
A frase,
de uma produtora PROVE,
é ilustrativa.
Redes de escoamento e comercialização,
a par de aspectos associados ao licenciamento das unidades de produção e transformação,
constituem (ainda) os maiores constrangimentos associados aos produtos locais. A pertinência da temática,
de grande importância no âmbito da cooperação LEADER,
está na origem deste workshop,
numa organização conjunta da MINHA TERRA e Rede Rural Nacional que contempla mais três workshops temáticos a realizar em maio e junho próximos,
com o objetivo de contribuir para um contexto favorável ao estabelecimento de projetos no âmbito da cooperação LEADER. | | 
 | Se,
hoje,
não existem quaisquer dúvidas sobre a importância socioeconómica dos produtos locais,
cujas particularidades diferenciadoras aportam um valor acrescentado que os consumidores estão dispostos a pagar - como deixou bem claro o Prof.
Luís Tibério,
da UTAD,
na sua conferência,
não é menos certo que ainda falta articulação,
mais trabalho em rede e em cooperação. O desafio está nas mãos de quem produz mas também de quem intervém nos territórios.
Um desafio que os GAL (Grupos de Ação Local) têm vindo a assumir nos seus territórios de intervenção,
no âmbito da Abordagem LEADER,
nomeadamente ao nível da cooperação. Hoje,
inúmeros projetos comprovam esta estratégia.
Portugal Rural e PROVE foram os exemplos de projetos de cooperação de sucesso apresentados neste workshop,
que também serviu para fazer o ponto de situação ao nível da Medida 3.4 do PRODER consagrada à Cooperação LEADER para o Desenvolvimento. Rui Rafael,
do PRODER,
apresentou um ponto de situação dos projetos aprovados e em análise,
que demonstra uma forte procura de apoio para iniciativas de carácter transnacional.
A medida de cooperação LEADER no PRODER voltará a ter concursos abertos em abril de 2011. Na Região Autónoma da Madeira,
a aprovação da marca “Produto Madeira”,
no próprio dia da realização deste workshop,
veio bem a propósito do tema.
Segundo António Trindade,
da Secretaria Regional do Ambiente e Recursos Naturais,
este “selo de certificação” dos produtos regionais,
vem facilitar a vida dos consumidores e produtores,
oferecendo ao mesmo tempo uma garantia de proveniência dos produtos produzidos na região. Hoje,
não basta satisfazer os padrões standards de qualidade; é preciso garantir a qualidade,
reforçar o emblemático sistema das denominações de origem (DOP) e das indicações geográficas (IGP),
e aperfeiçoar o sistema de especialidades tradicionais garantidas (ETG).
Relacionado com o produto e o modo como é produzido,
a qualidade é uma questão fundamental a nível europeu,
no âmbito da nova regulamentação que estabelece,
pela primeira vez,
uma política integrada ao nível dos sistemas de certificação e das menções que realçam as qualidades dos produtos agrícolas e nas normas aplicáveis aos mesmos. O “Pacote Qualidade”,
adotado pela Comissão Europeia,
em 2010,
visando conferir coerência e clareza aos sistemas da UE,
constitui a primeira etapa de revisão da política de qualidade dos produtos agrícolas e abre caminho a uma política mais coerente nesta matéria.
Um quadro com instrumentos mais simples,
mais transparentes e mais fáceis de entender pelo consumidor,
adaptáveis à inovação,
menos onerosos para os produtores e as administrações,
é o que se pretende no futuro,
como explicou Cristina Hagatong,
do GPP/MADRP,
na sua intervenção em Lamego. Falar de estratégias de desenvolvimento e comercialização dos produtos locais e adequar os produtos às tendências de mercado e oportunidades emergentes é cada vez mais uma tarefa a vários pares de mãos.
Os exemplos e os testemunhos,
assim como as necessidades dos GAL na implementação de projetos de cooperação neste domínio,
põem em evidência a indispensabilidade da continuidade de trabalho em rede e em parceria.
Prosseguir e consolidar este caminho,
apostando qualidade,
competitividade e inovação,
através de parcerias produção-comercialização,
é ao que se propõem os GAL presentes do workshop que contou com a presença de 42 participantes.
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